A endometriose é a presença de tecido semelhante ao endométrio fora do útero. A patogênese permanece obscura com diferentes teorias: menstruação retrógrada, metaplasia celômica e disseminação direta durante cirurgia ginecológica. Estima-se que acomete de 2 a 10% das mulheres ao redor do mundo.
Embora nem todas as mulheres com endometriose sejam sintomáticas, a dor associada à endometriose e infertilidade são características clínicas da doença que afeta não só as mulheres com endometriose, mas também os seus parceiros e familiares.
O impacto da endometriose e, particularmente dos sintomas de dor, é relatado em atividades cotidianas e atividades sociais como educação e trabalho, sexo, intimidade e parcerias íntimas, saúde mental e emocional, com isso, refletindo na qualidade de vida.
A endometriose envolve o intestino em 10 a 30% dos casos. Os sintomas podem variar entre dor em andar inferior do abdome, constipação, retenção de gases, infertilidade, dor na relação sexual e alterações menstruais.
A avaliação colonoscópica completa exclui o câncer. Os demais exames solicitados são específicos para diagnóstico e mapeamento do acometimento da doença. Mas é necessário estar cientes de que um resultado negativo não exclui a endometriose, particularmente a doença peritoneal superficial.
No tratamento, os médicos adotam uma abordagem com decisão compartilhada entre a paciente e os familiares, além de estratégias não médicas para abordar a qualidade de vida e bem-estar da pessoa acometida pela endometriose.
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